9 de março de 2011

Escrito à lápis

Antes de começar a escrever isso, pensei no que poderia acontecer se eu escrevesse à lápis. Imaginei o dia em que leria este texto. Um texto com letras bem claras, quase apagadas, que o tempo se encarregara de esmaecer. O suor ainda nas minhas mãos, provocados por um instante que é recorrente. A confusão e dor nos sentimentos atordoados pela chama que persiste em estar acesa. Chama que enfraquece ao soprar dos ventos, e ilumina a clareira em outros momentos. Nem a chuva consegue apagá-la. Se apagasse, talvez na escuridão se veria as coisas mais claras. Embora às vezes se tentasse, a chama não se apagara por completo. Como se estivesse brincando comigo. Se divertindo. Ou talvez apenas mais uma experiência que a natureza faz de maneira a conseguir sua auto compreensão. Talvez o tempo possa apagar, como certamente o fará com este texto, mesmo se estivesse escrito à tinta. Mas fiz questão de escrevê-lo à lápis.

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