15 de julho de 2005

Pergunta ?

Podemos nos ver como gente, como seres supremos, enquanto mil de nós vivem em condições sub-humanas? Somos muitas vezes levados a agir como se nossos olhos não vissem, um sentido que, em tempo, posso afirmar que seja uma arma perigosa contra nós mesmos. Também posso comentar sobre algo que acontece com frequência. O vistoso, o parecido, as aparências... aparentes. Costumamos fazer idéia das coisas pelo que vemos. Certo, nossos sentidos obviamente mandam o primeiro estímulo para o cérebro. De forma errada? Eis a pergunta. Particularmente acho que não. É para isso que eles existem, percepção. O errado seria não julgarmos anteriormente, não refletirmos sobre o que vemos, não olharmos a verdade. Mas o que seria a verdade? Quem sabe? Não sou o dono dela mas penso saber o que é “bom e ruim” (tenho meus formatos de bom e mal) para mim e para os que me circundam. Não sou tão tolo assim; mas para não fugir do assunto tenho que refletir sobre minhas estimulações, ser humano, ser um pouco não impulsivo. Novamente posso afirmar: “olhos, armas contra mim”. ”Contra nós”. Somos humanos e erramos, imperceptivelmente. Burrice talvez. No primeiro momento fui flectido pelo cérebro, não levei em conta minha primeira percepção. No segundo minha primeira percepção é que prevalece. Onde está o erro? Pergunta? Eu.

OBS.: Texto escrito após "Desabafo: Parte I", não preciso a data. Por algum motivo resolvi publicá-lo hoje.

Desabafo: Parte I

    - Sentado à beira do Rio Acaraú, 23:00 h (Talvez quinta ou sexta) – 2004 – Janeiro, primeiros dias. (nas aulas fora de época do prof Antônio José)

    - Ao som de dois violonista a quem devo este texto e minha coragem. (Kleiton e Bruno)...minha “bike” na grama.

    - Após um dia difícil, cheio de ilusões e sonhos, como na maioria... e desilusões.

Falei que as linhas paralelas se cruzam no infinito, se é verdade não sei, na minha frente encontra-se duas e pela visão se encontram. Não quero saber o certo, nem me importa o errado, nessa merda tanto faz.

Podem falar que omito mil coisas, mas o que não faço é mentir, julgo altamente hipócrita atitude. O acaso existe? O que vamos adquirir um dia será que já nos pertence independentemente de nossas atitudes? Escutamos risadas mórbidas, funeral de inocentes mentes dissipadas pelo ar que as cercam. Ponto de vista, o que importa, temos o nosso, transmutamos mas não mudamos. Metamorfose ambulante talvez. Somos que você hoje vê, podemos mudar, resquícios de cinzas nos pulmões, salmão podre talvez, arco-íris entre nossas orelhas.

Não mintas, a mentira tem pernas curtas, frase um tanto quanto inútil, crianças, inocentes, índios, bruto...pense, pense, refletir e voltar a pensar.

Somos algo tão belo e ao mesmo tempo monstruosos defronte espelhos deformados pelos algoritmos da bela e maravilhosa vida. Sabe, às vezes sinto vontade de, ao ver as águas do rio se mexerem, ondas, freqüência constante, saltar e ver o dia nascer sem a preocupação dos cônegos, bispos, administradores de empresas. Nada é importante mais; sem esperança, sem ilusões, sem mim. O que fazer? Ah! Me encontrei. Estou bem, não vou recusar a mão que vem de cima, este buraco não é tão cômodo como pensava, mas escuro, silencioso, sujo, solitário, vulnerável, fechado, singelo, inocente, eu. Talvez encontrei o que me pertence na estrada que vai de mim ao meu ser, estrada de poucas tochas, sem volta, sem solo, meus pés sustentam minha cabeça e vejo assim o horizonte sombrio, sem provas ou luzes da aurora. Um sol quente sem nenhum afago.

Mente corrompida, mentes para mim, não paciente e com razão, dela não tenho completamente. Meus insetos não me fazem mal, são meus orientadores sem escrúpulos, sem impaciência, e com razão. A pressão pode ser suportada até o final, mas com ineficácia? Errado, não sabes o bem que me faz. Sons, melodia, trovoes, rajadas de tempestade de areia, turbinas de jato, velocidade da luz, dentro da luz, eu. Ineficaz agora.

Não sou nada, não quero ser nada, enxergo uma grande queimada por detrás do jardins deste olhos reluzentes. Contraste de melancolia. Poema para ler e gozar! Mas não, o guarde e leve-o junto ao estômago, junto com ácidos e úlceras de gás pró lágrimas, gás de contra fluxo. Futuro imprevisto. Imprevisível, sacal. Podem haver mudanças na direção do ventos, não sou nem quero ser ou ter a verdade, o certo, o belo, ilusão, como já tentei ao menos citar anteriormente. Porra !!! Medo sem medo, coragem sem estímulo vital. Andança sem rumo. Não suporto mentiras, invoco-as sabendo mas não visando-as.

Posso até não falar tudo o que penso, mas o que penso eu falo, sou eu, autentico. Verdade, não acreditas? Um monólogo sem confiança é uma pedra atirada ao relento, mistura-se com muitas outras que, talvez, está lá pelo mesmo motivo.

Repensamos e voltamos à nossa vida, como se nada tivesse acontecido. Materialista, espiritualista, otimista, pessimista, entusiasta, patife! Nós, pobres seres que contentando-se ou não com o que vemos ou ouvimos não conseguimos exemplares como nas edições especiais.

Agora sim, podemos voltar à terra; Não vou me render, vou render o que posso, talvez até o que não posso. Me fortaleço sob as asas do morcego da caverna mais profunda, trevas, mar, infinito, como um ponto.

Não desmarco meus compromissos, mas se não conseguir ir, não foi culpa minha, o acaso se torna elemento utilizado aqui.

Penso às vezes num tiro na cabeça, como seria a sensação de sentir a vida se esvaindo, lentamente, em quem ou no que pensar, a dor, o arrependimento, o vazio. É claro que não sou idiota o bastante para cometer tal atitude, talvez. O mais comovente seria ver as pessoas pensando assim, valorizando o que tem, mesmo o que tem por pouco tempo. Muito pouco tempo. Relativo tempo. Procurar entender as coisas da vida é um trabalho bastante ilusório, mas o que não é ilusão? Vivemos cercado disso. O cheiro, o vistoso belo, as camadas sociais. Nada disso existe, nós o fazemos, o criamos, assim obedecemos suas leis. Pobres servos, súditos, escravos de nossa própria mente, preso à ela, sem carta de alforria, ou talvez sejamos nós que assinamos esta carta, mas não conseguimos ou queremos fazer.



Sobral, não sei de não sei quando de quando penso melhor.